segunda-feira, 24 de novembro de 2008

Antes de Amar-te... (Pablo Neruda)
Antes de amar-te,amor,nada era meu. Vacilei pelas ruas e as coisas: Nada contava nem tinha nome: O mundo era do ar que esperava. E conheci salões cinzentos, Túneis habitados pela lua, Hangares cruéis que se despediam, Perguntas que insistiam na areia. Tudo estava vazio,morto e mudo, Caído,abandonado e decaído, Tudo era inalienavelmente alheio, Tudo era dos outros e de ninguém, Até que tua beleza e tua pobreza De dádivas encheram o outono.

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