Meia noite, Estou esperando o Jô entrar no ar, li mais um capítulo de Maria Madalena.Interessantes e intrigantes também as idéias que são colocadas no livro.O papel de Maria Madalena como "a garota cheia de charme" do início do século XXI,a estrela do romance e da filmagem O código Da Vinci, a prostituta redimida e modelo de arrependimento do cristianismo,a mulher poderosa ao lado de Jesus no início do cristianismoHouve uma conspiração nos primórdios da Igreja para difamar Maria,obliterar seu papel fundamental na história de Jesus e isolar o cristianismo das antigas influências do sagrado feminino que ela representava.Neste contexto,"sagrado feminino"significa desde a sacralização da sexualidade e do poder revitalizante do sexo,da fertilidade e do nascimento,até a natureza especial da intuição feminina e do acesso superior das mulheres ao conhecimento divino.Os autores ponderam que o que mais instigou a sexualização de Maria Madalena foi a necessidade dos homens de dominar as mulheres;Na Igreja Católica como em outras partes,essa necessidade ainda está sendo satisfeita. Nesta época de grande incerteza,novos ventos religiosos e espirituais estão soprando com vigor no mundo inteiro.Viver no século XXI é uma experiência que realça para muitas pessoas a aparente ausência de um Deus justo e amoroso.Por um lado acontecem coisas terríveis- de Ruanda a Darfur( região árida do Sudão onde existe uma disputa por terra entre árabes e africanos,nesse conflito já morreram dezenas de milhares de pessoas) Do tsunami ao Katrina, nosso mundo é um mundo de violência política generalizada,catástrofes naturais de grandes proporções,doenças epidêmicas imprevistas,intolerância e corrupção.Ao mesmo tempo,nosso mundo tem gerado uma estupenda riqueza material.Tem produzido novas descobertas científicas,e tem rompido quase todas as barreiras e todos os tabus. No processo de construir uma nova ordem mundial e de libertar os cidadãos globais pós-modernos dos rigores da religião,muitas pessoas acabaram separadas de suas crenças tradicionais. Nossa cultura,por mais rica,produtiva e apreciável que seja,está cada vez mais vulgar,excessivamente comercial e alienante. A crença religiosa tradicional está passando por uma intensa revivescência,não importa a forma-do fundamentalismo islâmico ao judaísmo ortodoxo,passando pelo Opus Dei e pelo evangelismo protestante renascido.Novas religiões e novas direções espirituais de todos os tipos também estão se revelando atraentes. Na nossa cultura popular, essa nova religiosidade é refletida num contínuum de obras que vão de A Paixão de Cristo, de Mel Gibson,a O código Da Vinci,de Dan Brown. Os romanos subverteram o antimaterialismo revolucionário de Jesus a favor do uso do cristianismo para justificar o acúmulo de poder e riqueza; eliminaram o papel das mulheres como sacerdotisas e profetisas,suprimiram o espírito da deusa e a união da dualidade masculino/feminino.Em vez de encorajarem a auto-realização embutida em documentos tais como o Evangelho Gnóstico de Tomé e o Evangelho de Maria.Erradicaram a busca do autoconhecimento e a capacidade de se dirigir a Deus individualmente.Denunciaram como heresia as tradições de mistério e as práticas gnósticas de busca de um conhecimento cada vez mais profundo sobre o sagrado a partir de dentro. Em suma,Maria não foi prostituta e sim uma apóstola atuante ao lado de Jesus e a profunda impressão que essas idéias causam neste momento específico na cultura global,suscitada como por exemplo no recente livro de DanBrow e o filme de enorme sucesso baseado no mesmo . Depois conto mais..., ainda não terminei o livro. Escrevi demais!!!