
Nem que viva 100 anos não cansarei de ler Drummont!!!!!
A língua girava no céu da boca,
por Carlos Drummont de Andrade.
A língua girava no céu da boca.Girava! Eram duas bocas,no céu único.
O sexo desprendera-se de sua fundação,errante imprimia-nos seus traços de cobre.Eu,ela, elaeu.
Os dois nos movíamos possuídos,trespassados, elaeu. A posse não resultava de ação e doação,nem nos somava. Consumía-nos em piscina de aniquilamento.Soltos, fálus e vulva no espaço cristalino, vulva e fálus em fogo,em núpcia,emancipados de nós.
A custo nossos corpos, içados de gelatinoso jazigo, se restituíram à consciência.O sexo reintegrou-se. A vida repontou:a vida menor.
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