quinta-feira, 24 de maio de 2007

voz que se cala

Amo as pedras,os astros e o luar
que beija as ervas do atalho escuro.
Amo as águas de anil e o doce olhar
Dos animais,divinamente puro.
Amo a hera que entende a voz do muro
E dos sapos,o brando tilintar
De cristais que se afagam devagar
E da minha charneca o rosto duro.
Amo todos os sonhos que se calam
De corações que sentem e não falam
Tudo o que é Infinito e pequenino!
Asas que nos protege a todos nós!
Soluço imenso,eterno,que é a voz
Do nosso grande e mísero Destino!...
[Florbela Espanca]

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