quinta-feira, 17 de maio de 2007

Uma noite de lua pálida e gerânios
ele viria com boca e mãos incríveis tocar flauta no jardim. Estou no começo do meu desespero e só vejo dois caminhos: ou viro doida ou santa. Eu que rejeito e exprobo o que não for natal como sangue e veias descubro que estou chorando todo dia, os cabelos entristecidos, a pele assaltada de indecisão. quando ele vier, porque é certo que vem, de que modo vou chegar ao balcão sem juventude? A lua, os gerânios e ele serão os mesmos _ só a mulher entre as coisas envelhece. De que modo vou abrir a janela,sa não for doida? Como a fecharei, se não for santa? [Adélia Prado]

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